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O rebranding da liderança: o que Millennials e Gen Z querem, e o que acontece quando não recebem

  • Foto do escritor: Mariana Anitelli
    Mariana Anitelli
  • há 5 dias
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 4 dias

Esse é um daqueles temas que aparecem em praticamente toda aula de MBA em Gestão de Pessoas, e com razão. Afinal, estamos falando de uma virada de chave que já está moldando a forma como empresas contratam, desenvolvem e, principalmente, retêm seus talentos. É também o foco do meu TCC, onde mergulho de cabeça nas mudanças que a liderança precisa fazer para dialogar com as novas gerações.


E se você é coordenador, gerente ou atua com liderança de times, saiba, essa matéria pode ser um divisor de águas entre liderar como antes ou se reposicionar para o agora, e para o que vem por aí.


Geração Z e Millennials: o que eles esperam das empresas?

Antes de pensar em salário ou cargo, essas gerações querem resposta para uma pergunta simples, por que eu estaria aqui? Não é só sobre fazer bem feito, é sobre fazer sentido.


A Pesquisa Gen Z e Millennial de 2024 da Deloitte conclui que essas gerações desafiam a liderança tradicional e permanecem fiéis aos seus valores enquanto navegam em um mundo em rápida mudança.
Pesquisa sobre a Geração Z e a Geração Y de 2025

Segundo a pesquisa Deloitte Global Millennial and Gen Z Survey 2024, os principais critérios de decisão profissional desses grupos são:


  • Trabalhar com propósito alinhado aos valores pessoais

  • Ter autonomia e flexibilidade, incluindo horários, formatos e até local de trabalho

  • Participar de uma cultura com feedback constante, e não aquela conversa formal anual

  • Contar com desenvolvimento real, com mentoria e crescimento estruturado

  • Encontrar líderes acessíveis, que escutam mais do que falam

  • Ter espaço para falar de saúde mental sem receio

  • Atuar em empresas que valorizam diversidade e inclusão de verdade, com ações tangíveis e não só campanhas em datas comemorativas


Em resumo, querem um ambiente onde possam ser ouvidos, se desenvolver, ter voz e viver uma rotina que respeite suas individualidades.


Quando o sonho encontra os obstáculos

Eles chegam com ideias, vontade e energia. Mas o que encontram?

  • Estrutura engessada

  • Líderes ocupados demais para escutar

  • Feedback que só vem quando algo dá errado

  • Promessas de plano de carreira que nunca saem do papel


O resultado, uma geração inteira frustrada com a distância entre o discurso institucional e a realidade do dia a dia. Segundo levantamento da Croma Insights, mais de 60% dos profissionais de até 34 anos se dizem emocionalmente desconectados do trabalho.


Esse desalinhamento não é só um incômodo, ele custa caro. E se engana quem pensa que basta aumentar salário para resolver.


O que as empresas deixam de ganhar

Ignorar as demandas dessas gerações tem preço. E ele vem em forma de:

  • Aumento no turnover, profissionais jovens trocam de empresa com muito mais facilidade quando sentem que não são vistos

  • Engajamento em baixa, a produtividade desaba quando o ambiente é tóxico, indiferente ou engessado

  • Fuga de talentos estratégicos, gente boa vai embora, e leva com ela inovação, agilidade e perspectiva de futuro

  • Desgaste da marca empregadora, com a visibilidade das redes e sites como Glassdoor, a imagem interna afeta diretamente a reputação externa


Se a cultura não acompanha a transformação, a empresa envelhece por dentro. E empresas velhas, mesmo com fachada moderna, não seguram as próximas gerações por muito tempo.


Flagras de gestão, os erros que ainda se repetem

Esses são os deslizes mais frequentes que afastam Millennials e Gen Z dos líderes:

1. Feedback anual como se fosse ritual sagradoResultado, colaboradores se sentem invisíveis o ano inteiro

2. Microgestão travestida de acompanhamentoAquela checagem constante que mais parece vigilância do que apoio

3. Comunicação que não fala com ninguémE-mails longos, PDFs pesados e nada que realmente engaje

4. Liderança ausente até dar problemaAparece só na crise, mas some na conquista

5. Promessa de crescimento sem ação concretaPlanos de carreira que são bonitos no slide e nulos na prática


Esses erros minam a confiança e criam uma cultura onde o talento não floresce, apenas resiste até encontrar uma nova oportunidade.


Quem entendeu tudo e virou referência

Algumas marcas já entenderam o jogo e viraram referência em gestão moderna:

  • Nubank, promove cultura colaborativa com squads autônomos, escuta ativa e diversidade como pilar

  • Magalu, apostou forte em inclusão e transparência, com programas de liderança jovem e metas sociais públicas

  • Natura, uniu propósito, sustentabilidade e escuta em um pacote de valor para colaboradores e sociedade

  • Hotmart, modelo flexível, rituais de pertencimento e liderança sem estrelismo fizeram da startup uma queridinha da nova geração


Essas empresas não estão apenas retendo talentos, estão criando legados.


O rebranding da liderança, como mudar na prática


1. Comece pelo diagnóstico

Questione seu estilo. Você inspira ou controla? Escuta ou direciona? Facilita ou complica?


2. Redefina sua identidade como líder

Estabeleça um propósito pessoal, compartilhe com o time, peça feedback. Crie seu manifesto de liderança, honesto, direto, com valores reais.


3. Atualize suas ferramentas

Adote one-on-ones frequentes, plataformas colaborativas, feedbacks contínuos e reconhecimentos constantes. Troque o controle pela confiança estruturada.


4. Reposicione sua comunicação

Fale como o time fala. Não é sobre informalidade, é sobre humanidade. Use o tom certo, no canal certo, com contexto.


5. Lidere pelo exemplo

Mais do que dizer o que importa, mostre. Respeite horários, compartilhe vulnerabilidades, valorize iniciativas. O novo líder é aquele que constrói junto.


6. Lance sua nova versão

Marque uma reunião com o time, conte sua virada de chave, abra o espaço para colaboração e feedback contínuo. O verdadeiro rebranding de liderança não se impõe, se constrói coletivamente.


No fim das contas...

Liderar em 2025 não é sobre ser a pessoa mais experiente da sala, mas sim a mais conectada. E não, não estamos falando de Wi-Fi, e sim de gente que entende que cultura se constrói no detalhe, na escuta, no feedback no café, e não só no dashboard bonito da gestão.


A Geração Z e os Millennials não querem um chefe, querem um aliado. Alguém que fale a língua deles, que entenda que soft skill não é “coisa de RH”, mas sim moeda de troca de quem quer construir o futuro — agora.


E sabe aquela marca que finge cultura no LinkedIn, mas nos bastidores o clima é de “saída silenciosa”? Pois é, já foi exposta. E se você chegou até aqui, parabéns, você não quer ser ela.


O rebranding da liderança não é mais tendência, é item de sobrevivência no mercado. E quem ignora esse movimento, cedo ou tarde, vai ter que lidar com um team todo formado por “ex-funcionários que só ficaram dois meses”.


O seu time tá pronto. A pergunta é, a sua liderança tá?

Encerramos por aqui, mas já sabe: a próxima fofoca pode ser sobre a sua gestão. Melhor garantir que ela seja boa.


XOXO, Gossip do Branding

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