O lado sombrio do feed: como os algoritmos estão sedentos por treta
- Mariana Anitelli
- 22 de abr.
- 3 min de leitura
Os algoritmos do seu feed está te manipulando para sentir raiva. E alguém está lucrando muito com isso.
Vem cá que eu te conto o que realmente aconteceu com nossas redes sociais: elas foram programadas para nos viciar em brigas e conflitos. E não, isso não é teoria da conspiração - é puro modelo de negócio.
Entre nós, o que ninguém te conta sobre os feeds que te viciam
Quanto mais tempo você passa indignado, mais anúncios as plataformas vendem. Simples assim. As "rainhas do engajamento" descobriram que conteúdos de ódio, brigas e polêmicas prendem nossa atenção como nada mais.
Lembra quando a gente abria as redes para ver fotos de gatinhos e atualizações dos amigos? Pois é, meu bem, aqueles tempos acabaram. O algoritmo do ódio não é um acidente - é um projeto de negócio bilionário que transforma sua indignação em lucro.
Flagrando os bastidores da indústria da discórdia
As "gigantes dos likes" não te contam, mas a fórmula é assustadoramente simples: quanto mais indignado você fica, mais tempo passa consumindo conteúdo. Acredita nisso?! Os especialistas chamam isso de "engajamento negativo", mas nos bastidores do branding digital, a gente sabe que é a galinha dos ovos de ouro.
Reviravolta no mundo do marketing: enquanto as marcas tentam mostrar propósito em suas campanhas oficiais, muitas delas financiam indiretamente todo esse ecossistema tóxico ao distribuírem suas verbas publicitárias em plataformas que premiam o confronto. Aquela marca que faz campanha sobre "união" e "diversidade" pode estar, sem querer (ou querendo), bancando criadores de conteúdo que promovem justamente o oposto.
A anatomia do vício em indignação
Quer um spoiler da próxima grande tendência? Não é a realidade aumentada nem os pagamentos por aproximação - é a calibragem perfeita do algoritmo para te fazer sentir constantemente ameaçado, indignado e com necessidade de defender seu ponto de vista.
O ciclo funciona assim: você vê algo que te irrita > comenta > recebe respostas que te irritam ainda mais > volta para responder > e pronto, caiu na armadilha da "máquina de tretas". E enquanto isso, o contador de visualizações só aumenta, e quem produz esse tipo de conteúdo é recompensado para criar mais.
Entre nós, essa máquina está tão bem calibrada que até pessoas sensatas caem na tentação de participar de discussões inflamadas. É quase impossível resistir! É como aquele pacote de biscoito que você promete comer só um, mas quando vê já devorou a embalagem inteira.
O lado B das métricas que ninguém mostra
Sabe aquela história do "não existe publicidade ruim"? No mundo dos algoritmos do ódio, isso virou mantra. Perfis e canais que antes tinham audiência modesta descobriram que criar polêmicas é o caminho mais curto para a viralização.

E quer saber o que aconteceu depois? Nasceu uma verdadeira indústria de produtores de conteúdo especializados em criar indignação sob demanda. Isso mesmo que você leu! Tem gente estudando diariamente quais temas geram mais conflito para transformar em conteúdo.
A "métrica do conflito" virou o novo norte dos criadores de conteúdo que querem crescer rápido. Quanto mais comentários raivosos, mais o algoritmo entende que aquele conteúdo é "relevante" e o distribui para mais pessoas.
Como as marcas alimentam o monstro sem querer querendo
Vem cá, você já notou como algumas marcas acabam envolvidas em polêmicas aparentemente desnecessárias? Pois é, meu amor, muitas vezes não é coincidência.
Aquele rebrand que virou meme ou aquela campanha que "sem querer" tocou em temas sensíveis podem ser estratégias calculadas para gerar burburinho. Afinal, qual foi a última vez que você viu uma marca completamente desconhecida viralizar por fazer algo incrível? Agora, por uma gafe ou polêmica? A lista é interminável!
Isso ninguém posta no LinkedIn, mas os relatórios de ROI das campanhas polêmicas falam por si. A matemática é cruel: um mês de crise seguido de pedido de desculpas gera mais visibilidade do que anos de comunicação certinha.
O que fazer quando o algoritmo do ódio te persegue?
Quer um conselho de quem vive mergulhado nesse mundo? Não adianta só reclamar das plataformas - elas vão continuar funcionando assim enquanto for lucrativo. O poder está no consumidor consciente!
O primer passo é entender como você está sendo manipulado. Aquela sensação de "não posso deixar isso passar" depois de ver uma opinião contrária à sua? É exatamente o que o algoritmo quer despertar em você.
Reviravolta na sua experiência digital: experimente deixar comentários passar sem resposta, denunciar conteúdos de ódio real em vez de engajar, e premiar com seu tempo os criadores que trazem conteúdo construtivo. As plataformas só mudarão quando o modelo de negócio baseado no conflito deixar de ser rentável.
Entre nós, a melhor forma de desafiar o algoritmo do ódio é simples: consumir com consciência, compartilhar com responsabilidade e, principalmente, entender que nem toda provocação merece resposta.
E então, está pronto para hackear o algoritmo ou vai continuar sendo hackeado por ele?




Comentários